Saturday, February 24, 2007

Panzani


O célebre anúncio que apaixonou o autor da Câmara Clara.
Alda Pereira escreveu:
i) um signo constituído pela integração e composição, no mesmo espaço, de figuras em cores que retomam as três cores básicas do anúncio – verde, vermelho e amarelo;
este signo, de natureza plástica, reenviava, no contexto cultural dos destinatários do anúncio, à ideia de italianidade;
ii) um signo, também de natureza plástica, constituída pela
composição compacta de objectos diferentes, a qual transmite a ideia de um serviço culinário completo, ou seja, os produtos da marca publicitada continham tudo o que era necessário a
um prato completo;
iii) um último signo, correspondente à composição global de todos os objectos, reenviando a um significado estético relacionado com a ideia de natureza morta.
Finalmente, a etiqueta, com um signo linguístico, denotando o nome da marca, e cujo significado indica publicidade. Ou, adoptando os termos peircianos, a etiqueta remetia indexicalmente para a significação de publicidade. Estes vários signos abrem a imagem para uma outra mensagem, além da literal, que Barthes (op. cit) tomou como uma mensagem segunda, de natureza simbólica, cultural e que remeteria para a ideia de frescura, de produtos naturais, de marca de origem (italianidade), de alimento completo que estaria na base da massa da marca publicitada. Tudo se passa como se o signo visual dê origem, numa primeira interpretação, a um significado denotado. Este significado, por sua vez, torna-se num significante de um significado segundo, que o autor considerou uma conotação. Ou seja, o interpretante da imagem torna-se um representamen que dá origem a outro interpretante, para usar os conceitos peircianos.

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